O BIM é empregado em todas as fases do ciclo de vida de um
projeto, desde sua concepção até o encerramento, construção, operação e
manutenção das obras e não se trata apenas de ferramentas, envolvendo também a
gestão de processos e pessoas.
“O ciclo de vida de um projeto é o intervalo entre o seu início e
se encerramento. Ele varia de organização para organização, ou mesmo de acordo
com o tipo de projeto, pois é definido pela metodologia para gerenciamento de
projetos estipulada.”
(BARBOSA C., 2013, p.25)
Fig.1 –
Imagem representando integração entre ferramentas, processos e pessoas. FONTE: DA
COSTA TAVARES JUNIOR, E., 2014
Fazendo um paralelo com o conceito de gerenciamento de projetos,
este mesmo tema é descrito por muitos como “ciência para conseguirmos obter os
resultados. Trata-se de iniciar, planejar, executar e controlar projetos até
seu encerramento ordenado, consistindo na aplicação de conhecimentos,
habilidades, ferramentas e técnicas com o objetivo de atingir ou até mesmo
exceder as necessidades e expectativas dos clientes e demais partes
interessadas em relação a um empreendimento.” (SOTILLE, M.A, 2014)
Portanto, os processos de gerenciamento de projetos estão
paralelamente associados às etapas do ciclo de vida do BIM, sendo presentes e
inerentes desde a definição e planejamento de escopo, passando pela viabilidade
do que está proposto a ser empreendido até a conclusão com a sua validação,
além de custos, tempo, stakeholders e integração de pessoas.
Uma vez que a capacitação e o aprimoramento técnico é promovido
dentro do corpo profissional da empresa e os processos de trabalho são
melhorados isso trará como benefício o retorno sobre investimento pois o
gerenciamento se tornará mais eficiente o que garantirá a redução nos gastos em
termos gerais, sendo um fator importante dentro do gerenciamento de custos.
Outros benefícios são os prazos constantemente reduzidos à medida que
se adquire maior maturidade no processo de trabalho com a possibilidade de
realizar um desenvolvimento de melhoria contínua da metodologia, sendo estas
ações importantes à serem tomadas dentro do gerenciamento e controle de
qualidade e tempo.
Outro fator importante com a constante melhoria de processo de
trabalho é a intercomunicação entre as equipes de diferentes áreas que se torna
cada vez mais eficiente à cada nível de maturidade atingido pelo fato da
interoperabilidade entre as ferramentas estar cada vez mais sólida, relevante
para o gerenciamento da comunicação e integração de pessoas.
Quando se atinge um nível avançado de maturidade das organizações
isso ocasionará projetos cada vez mais consistentes, o que trará benefícios
estratégicos importantes como elaboração de propostas técnicas mais robustas e
confiáveis dentro do gerenciamento de aquisições. Estas propostas podem se
destacar frente às concorrências em licitações permitindo assim um retorno
financeiro importante para a área de custos.
No que se refere ao gerenciamento de escopo a metodologia BIM
permite fornecer requisitos mais concretos a partir do modelo e dos processos
para investigar o que está dentro ou fora do escopo, o que irá interferir
diretamente em custos e demais linhas bases de projeto como tempo e qualidade.
Fig.4 –
Triângulo de equilíbrio e restrição entre escopo, tempo, custo e qualidade.
FONTE: SOUZA W., 2014
Segundo SOTILLE, M.A, 2014 dentro da fundamentação de
planejamento para a criação da linha de base do escopo, sendo esta uma prática
comum durante esta mesma fase, “estão contidos elementos necessários para que
possamos nos assegurar de que o projeto inclui a descrição de todo o trabalho
necessário para a sua conclusão bem-sucedida. Assim o trabalho não descrito no
plano de gerenciamento não faz parte do projeto.”
A exploração do modelo BIM facilitará tomadas de decisões de toda
a equipe que inclui gerente, time de projeto e demais stakeholders para
analisar tal viabilidade e até mesmo a melhora de performance do mesmo durante
todo seu desenvolvimento até a sua conclusão.
No caso da etapa de análise de viabilidade por exemplo, a mesma se
confunde com o início do ciclo de vida de um projeto pois quando uma
determinada organização resolve participar de uma licitação a mesma se embasará
no estudo para preparar tal prospota. (BARBOSA C.,2014, p.26)
Dentro disso, as áreas de conhecimento do gerenciamento de
projetos de uma forma geral tem um papel importante para integrar equipes e
aplicar suas práticas durante todo o desenvolvimento do conceito BIM.
Este conceito é corroborado pela seguinte frase “o conjunto de
áreas de conhecimento do gerenciamento de projetos propõe práticas e princípios
que devem ser utilizados para gerenciar um empreendimento.” (SOTILLE, M.A,
2014).
Referências bibliográficas
BARBOSA, C., Do NASCIMENTO C.A.D.,
ABDOLLAHYAN F., PONTES R.M., Gerenciamento de custos em projetos, 5.ed.,
Rio de Janeiro, Editora FGV,2014.
DA COSTA TAVARES JUNIOR, E.A Contribuição
do Building Information Modeling para a Gestão de Projetos.[Editorial].Revista
online ipog especialize, v.01/2014, p.i-xx n.7, jul.,2014.
SOTILLE, M.A., MENEZES L.C.M.,
XAVIER L.F. da Silva, PEREIRA M.L.S. Gerenciamento do escopo em
projetos, 3.ed., Rio de Janeiro, Editora FGV,2013.
GOVERNO DE SANTA CATARINA
Secretaria de Estado do Planejamento, Diretoria de Planejamento, Comitê de
Obras Públicas. Caderno de apresentação de projetos em BIM. Santa
Catarina. 2013. 95p.
SOUZA, Washington. Como
custo, tempo e escopo podem te ajudar (ou não)?. São Paulo, 20 jun. 2012.
Disponível em:
http://www.blogcmmi.com.br/qualidade/como-custo-tempo-e-escopo-podem-te-ajudar-ou-nao.
Acesso em: 14 jul. 2017.
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